terça-feira, 8 de março de 2011

Penso

Penso, logo existo. Segundo a teoria de Renè Descartes, se um ser pensa, quer dizer que ele existe. Ora, uma cadeira não pensa, portanto, ela não existe. Mas todos nós estamos vendo a cadeira. Se a vemos, é porque ela existe, entretanto, uma cadeira, obviamente, não pensa. Mas ela existe. Seria isso uma falha da teoria de Descartes?
De forma alguma. A frase de Descartes se aplica unicamente à raça humana, que é a única espécie capaz de efetuar pensamentos que não dependam de instintos. Se uma espécie ou um tipo de objetos não tem a capacidade de pensar, as condições para a sua existência passam a ser outras. Quais seriam essas condições, então?
Um animal existe se as suas funções vitais estão em perfeito funcionamento. Uma mesa existe se ela atende as características de uma mesa, por exemplo: se ela tem pernas, fica parada e serve de sustentação para alguma coisa, logo ela existe como mesa. Se ela não cumpre essas funções, ela pode até existir, mas não como mesa.
E é assim conosco, seres humanos. Nós existimos como Homens porque pensamos. Exemplificando, um homem que se encontra em estado de coma existe, mas não como um ser humano perfeito, visto que ele não cumpre o seu papel, que é pensar. Daí vem o termo “estado vegetativo”, do fato de ele se parecer mais com um vegetal do que com um ser humano propriamente dito.
Outra aplicação da frase de Descartes é a função social do ser humano. Se um homem não tem pensamento crítico e não se esforça para mudar sua condição, ele até existe, porém mais como animal e menos como ser humano, por não fazer o que se espera de um ser capaz de analisar e de viver em sociedade. Logo, a frase de Descartes deveria ser: “penso, logo sou humano”.

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