sábado, 31 de dezembro de 2011

Poesia Livre

Vamos falar
De Poesia
Assim mesmo
Com letra maiúscula
Porque pra mim
A Poesia
É um ente animado
Que sofre ri
Chora fala

Por outro lado
A poesia é
Como o barro
Que o oleiro
Molda
Ou como preferiria
Bilac
É como o ouro
Trabalhado
Com dedicação e suor
Pelo ourives

Mas prefiro
Ver a Poesia
Como minha
Companheira
Que vem e
Desaparece
Num piscar de olhos
E que escolhe
Quando virá
Sem aviso

Não faço
Poesia
Quando quero
Ou porque quero
Faço poesia por
Necessidade
Quando ela
Me assola
Me inquieta
E impulsiona
Minhas mãos
Ao teclado

A Poesia
É uma
Musa
Como a Música
A Pintura a Escultura
Porém
De todas elas
A minha musa
A Poesia
É a mais bela

Mas como
Escrever
Poesias
Escreva o que você quiser
Mas como
Deve ser
O verso
Sinta-se livre para ousar amante da mais bela das musas
Não importa se o verso é pequeno
Ou
Se
O
Verso
É
Grande
Como o poeta
Deve ser livre
Evite a
Pontuação
Isso prende o poeta
E cerceia a
Imaginação
Do leitor

A Poesia
Deve ser
Sentida
Deve vir
Do fundo do
Coração
Nem sempre
Deve retratar a realidade
Mas sempre deve ser sincera
Não escreva
Algo que
Você não sentiria

Mas saiba
Acima de tudo
Que você é livre e assim é o leitor
E que a Poesia
Deve ser reflexo
De tal Liberdade
Porque assim deve ser o mundo
Livre

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Poeminho do Contra


Poeminho do Contra

Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho! 
 
Mário Quintana 

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Amor ou Engajamento?

Não quero
Escrever
Do amor
Não quero
Escrever
Da paixão
Não quero
Ser banal

Quero
Engajar-me
Lutar por um
Mundo
Mais justo
E com minhas
Palavras
Contribuir
Para igualdade
Liberdade
Dignidade

Pensando bem
Nada melhor
Do que escrever
E descrever
O amor
Algo tão doce
Tão sublime

Mas na verdade
É o amor
Cruel
Assassino
Não de homens
Ou mulheres
Mas de
Sonhos
De auto-estima

Logo
Por que
Descrever
O amor?
Melhor ser
Engajado

Sinto um
Barroquismo
Dentro de
Meu Ser

A dúvida
Consome
E não sei
O que fazer

Busco a
Inspiração
Em tua face
E nela
Encontro
A doçura
A beleza
E penso
Na beleza
Que descrever
O amor é

Raramente
Algo  me
Fascina tanto
Assim
E me faz suspirar
Lindamente quanto
Amor

Infelizmente
Sei como
Amor
Bate nos seus
E nos
Lembra
A crueldade da vida

Por isso
O melhor talvez
Levando em conta tudo
Invariavelmente seja
Tratar sobre temas como
Idoneidade
Corrupção
A ética

Não sei
O que fazer

Busco
Uma luz
Não Encontro
Talvez
O travesseiro
Ajude

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Discurso lido na Formatura da Turma 2011 do Tiro-de-Guerra em Araçatuba

Atiradores alinhados no Quarta Avenida para a Formatura
 Senhoras e senhores, pais, avós, demais familiares, amigos, instrutores, demais autoridades presentes, atiradores, monitores, boa noite.
  Com muita alegria recebi a incumbência de ser o orador da turma de atiradores de 2011. Senti-me realmente honrado quando o Sub Tenente Delson chegou a mim e fez o convite, aceito prontamente.
  Depois de aceito o convite, fez-se necessária a confecção de algumas palavras sobre o nosso ano de instrução militar, e ei-las aqui.
  Durante o ano de instrução, fizemos amigos, rimos, choramos e, até mesmo, brigamos entre nós. Tivemos que superar diferenças em prol do bom andamento do Tiro-de-Guerra. Foi um ano sofrido, um ano sui generis, que, na vida de muitos aqui, não se repetirá nunca mais. Poucas vezes tivemos sentimentos tão contraditórios com relação a um ano ou a alguma experiência: ao mesmo tempo em que desejávamos com fervor o fim do ano de instrução para podermos retomar nossas atividades normais, desejávamos que o presente ano nunca acabasse, e que pudéssemos, para sempre, conviver com as pessoas que se tornaram tão especiais em nossas vidas.
  Gostaria, antes de prosseguir, de fazer um agradecimento especial aos nossos instrutores, Sub Tenente Delson e Sub Tenente Franco, por não desistirem de nós em nenhum momento e por nos passarem com maestria toda a sua experiência de quase trinta anos no Exército Brasileiro. Obrigado, instrutores, por acreditar em nós. Agradeço também aos funcionários do TG, Sr.ª Solange e Marcão, por estarem sempre ao nosso lado.
  Gostaria, também, de agradecer aos pais e aos demais familiares, por participarem deste ano de instrução junto conosco. Temos plena convicção de que dificilmente chegaríamos ao fim do ano de instrução sem nossos pais e avós. Obrigado por tudo, família.
 Também a vocês meus companheiros de Tiro-de-Guerra, por motivar aqueles que pensavam em fraquejar, por dar forças aos demais companheiros e por aceitarem e entenderem pessoas com temperamentos tão diferentes umas das outras. Tivemos momentos difíceis em nossos relacionamentos interpessoais, haja vista tratar-se de um público tão diverso e com convicções diferentes, mas conseguimos cumprir a missão.
  Tenho plena certeza de que as dificuldades ora existentes serão vencidas e que o Tiro-de-Guerra será cada vez mais forte e atuante em nossa cidade.
  Por fim, gostaria de dizer algumas palavras sobre como o presente ano mudou a minha e a nossa opinião sobre o serviço militar.
  O que é servir ao Exército? Servir ao Exército Brasileiro é muito mais do que acordar de madrugada todos os dias para ir à instrução, muito mais do que ficar de guarda no quartel, muito mais do que participar de missões e muito mais do que vestir a farda. Servir ao Exército é uma experiência única; é sentir orgulho do país onde se mora; é sentir um arrepio toda vez que o Hino Nacional é entoado; é sentir um frio na espinha sempre que a Bandeira Brasileira é hasteada; é ter uma noção incrível e privilegiada do que é a Pátria, do que é hierarquia e do que é respeito. Garanto a vocês, senhores, que é uma experiência única e que jamais será esquecida por todos que tiveram oportunidade de prestar o serviço militar neste ano tão especial.
  Dessa forma, senhores, chegamos ao fim de mais uma etapa em nossas vidas. Gostaria, mais uma vez, de agradecer a todos. Obrigado a todos aqueles que estiveram envolvidos no cumprimento desta missão. Em nome da turma de 2011, nosso sincero muito obrigado!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Por que Deixei de Ser Esquerdista?

Sei que sou muito novo para decidir por uma corrente ideológica, mas, por grande parte da minha vida, fui atraído pela esquerda: primeiro, pela mais radical, simpática a Bakunin; posteriormente, por uma mais moderada, aquela de FHC. Hoje, defino-me como um conservador, e Reinaldo Azevedo, expondo os seus, acabou expondo também os meus motivos para deixar a Esquerda. São esses:

Cheguei aqui quando percebi, felizmente muito jovem, que não era exatamente “socialismo” que eu queria. Eu gostava mesmo era da liberdade. E fui descobrindo que a liberdade, que eu tanto prezava, não tinha, para os esquerdistas e para as esquerdas, a menor importância. Ao contrário: constatei, escandalizado, que a literatura política esquerdista é farta em textos que se encarregam de justificar a opressão. Se o velho conservadorismo o fazia em nome de alguns interesses objetivos transformados em abstrações imobilistas — “lei”, “ordem”, “decoro”, “bons costumes”, “pátria”, “nacionalismo” —, as esquerdas esmagavam o homem, muito especialmente os pequenos, em nome da libertação da… vítima!!! E não tenho a menor dúvida de que a esquerda, nesse particular, consegue ser ainda mais imoral do que a direita mais escancaradamente reacionária. Esta, ao menos, não espera contar com a colaboração da vítima na consecução de sua própria desgraça.
Inexiste marxismo militante sem a consideração de que a “consciência” do oprimido será necessariamente “falsa consciência” se sua ação não estiver afinada com os interesses de sua classe. Expresso-me em termos que me parecem ainda mais exatos e consoantes com a teoria: para os ditos marxistas, a consciência do oprimido será sempre falsa consciência se sua ação não estiver afinada com o horizonte histórico de sua classe. E o que é esse horizonte histórico? Cai do céu? Nasce na árvore da vida? Nasce, para usar uma expressão do próprio Marx, da “árvore dos acontecimentos”? Não! Quem define o seu conteúdo são os próprios revolucionários, organizados num partido. Não duvidem: cada um daqueles bobalhões que integram partidecos de esquerda nas universidades está certo de que conhece o “horizonte histórico” da classe operária e dos oprimidos, em nome dos quais julgam falar.
O modelo é muito parecido com o das religiões, que tendem a distinguir aqueles que conhecem a palavra revelada daqueles que não conhecem. Para as esquerdas, ou os homens aderem à sua causa e seguem a sua pauta ou são seres que estão à margem da marcha da história. Quando aquelas almas truculentas organizam um piquete para impedir a entrada de estudantes ou de professores num prédio, acreditam ter o direito de impor a sua vontade à maioria, ainda que ela queira o contrário, porque ou se vêem enfrentando os reacionários, que criam obstáculos à marcha revolucionária, ou se consideram os iluminadores, cuja tarefa é revelar aos próprios oprimidos qual deve ser a sua “verdadeira consciência”.
Debate ideológico
Não por acaso, meus queridos, com as exceções que sempre existem, os cursos da nossa querida “Fefeleche”, da USP (e é assim nas faculdades de humanas do Brasil inteiro), são quase sempre variações em torno do mesmo tema: na Filosofia, na História, nas Ciências Sociais, na Geografia e até nas Letras, a esmagadora maioria dos professores — e os alunos sabem que estou dizendo a verdade — está quase sempre empenhada na, como vou chamar?, “desconstrução do discurso ideológico”. É como se o mundo fosse uma maquinaria infernal, uma tramóia de potentados, a criar falsas narrativas que fizessem a realidade girar em falso para enganar incautos, cabendo-lhes, então, a tarefa do deslindamento, do desvelamento, da revelação. Isso também é muito freqüente nas escolas de jornalismo. Os alunos são treinados para tentar “desconstruir” a ideologia de seus chefes ou dos veículos nos quais vão trabalhar. Antes que a garotada consiga fazer um lead direito e possa organizar uma apuração, não incitados a “caçar” intenções sub-reptícias.
Muito bem! Foi contra esse fundamentalismo estúpido que me rebelei há muitos anos e do qual, felizmente, me libertei, passando a enxergar, então, um mundo novo: nem melhor nem pior, mas outro, em que os indivíduos respondem por suas escolhas; em que não me julgo portador da verdade revelada com que medir a consciência alheia; em que a vontade do outro é, afinal, a vontade do outro, e não me cabe ser juiz de sua escolha ou da pureza de suas opções. Ele que arque com as conseqüências da alternativa que abraçou! É absolutamente legítimo que eu tente convencê-lo, mas será sempre uma violência, numa democracia, tentar impedi-lo de fazer alguma coisa ou forçá-lo a fazê-la se não há uma lei que a tanto o obrigue.
Bem fundamentalSim, meus caros, a liberdade é um bem fundamental e inegociável. E é uma lástima que ela seja tão desprezada, maltratada, ignorada, violentada justamente nas universidades. É uma lástima, mas não uma surpresa. É no ensino universitário que se encontra o maior número de esquerdistas por metro quadrado. Alguns bobalhões hão de dizer que a esquerdização é diretamente proporcional à informação. Bobagem! O problema é que o marxismo surge e se consolida num período em que as teorias de engenharia social eram muito influentes. E certa casta de intelectuais chamou para si a tarefa de desenhar um novo homem — daí que, acreditem!, há quem chame o marxismo de “ciência”. No mundo inteiro, sem exceção, essa onda passou. Por alguma razão, a universidade brasileira é a última a cultivar esse atraso e a infernizar a vida dos jovens com seus delírios.
Há dias, na Folha, um grupo de seis professores, liderados pelo “psolista” Chico de Oliveira, vituperava contra uma universidade aberta para as empresas e para o mercado!!! Vejam que absurdo, não é mesmo? Onde já se viu a USP fazer o que fazem Harvard, Oxford ou o MIT, lá onde o comuna Noam Chomsky dá aula: dialogar com o mercado?!?!?! Não pode! Chico de Oliveira, teórico do PSOL, quer uma universidade empenhada em fazer revolução. Como não dá e como ele sabe que a revolução não vai acontecer, ele se contenta com uma universidade cheia de psolistas… Já está bom!
Pão e liberdadeHá dias, num debate, o escritor Fernando Morais, que já se declarou um bolivariano, partidário de Hugo Chávez, brindou os que o ouviam com uma de suas rotineiras indignidades. Ao defender ainda outra vez o regime cubano — os Irmãos Castro são os maiores assassinos por 100 mil habitantes da moderna história latino-americana —, contestou a fala do outro debatedor, que citou Nelson Rodrigues: “Prefiro liberdade ao pão”. Com a vigarice intelectual característica da esquerda, apimentada por outra de que só ele é capaz — é bem verdade que Morais foi um esquerdista que ganhou o direito a uma vida estável nos braços do quercismo!!! —, deu a resposta que, historicamente, serviu para o assassinato de 25 milhões na União Soviética, de 70 milhões na China, de 3 milhões no Camboja, de 100 mil em Cuba (só para não esquecer). Afirmou então: “Vá perguntar para uma mãe que está enterrando um filho de quatro anos o que ela prefere.”
Que bom que eu não estava presente. Ou teria vomitado nele! O pão sem liberdade, seu clown dos tiranos, é o pão da humilhação, é o pão da sujeição, é o pão da indignidade, é o pão das ditaduras, é o pão da vilania, é o pão da chantagem. “Mas o que é a liberdade sem pão?”, podem gritar a moça e o moço que são reféns desses “revolucionários” pendurados na universidade pública, que acenam aos jovens com suas utopias do século 19 e depois vão brigar por seus qüinqüênios (ainda cheio de tremas…) com a agudeza burocrática dos guarda-livros…
Sou tentado a afirmar, para escândalo de muitos, que uma liberdade realmente digna do nome traz consigo, necessariamente, o pão. Mas aí seriam necessários outros tantos quilômetros de texto. Então prefiro uma saída oferecida pela lógica elementar, que um comunista folgazão e pançudo, que adora as conquistas do capitalismo, como Fernando Morais, é incapaz de reconhecer: quem é livre pode lutar por pão, mas quem come o pão que a tirania amassou pode ser condenado a ainda mais sujeição.
EncerroA minha repulsa, como se nota, aos trogloditas das universidades públicas, sejam professores, alunos ou funcionários, ou àquele fascistóide que produziu aquele cartaz ignominioso não decorre só do meu ânimo para a polêmica. Eu realmente acho inconcebível que alguém outorgue a si mesmo ou a seu grupo o direito de impor ao outro uma vontade, uma agenda ou uma pauta ao arrepio dos direitos fundamentais garantidos pela Constituição e pelas leis que regem a democracia brasileira.
Moças e moços das universidades brasileiras, apeiem do poder, pelo voto, esses que os oprimem. Vocês não têm nada a perder a não ser os grilhões. Vocês não estão condenados a suportá-los. Todos estamos condenados, isto sim, à liberdade. E o seu exercício, acreditem, não é assim tão fácil.
NÓS SOMOS AQUELES QUE LUTAM PELA LIBERDADE QUE SE FAZ PÃO!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A Um Passarinho


Para que vieste
Na minha janela
Meter o nariz?
Se foi por um verso
Não sou mais poeta
Ando tão feliz!
Se é para uma prosa
Não sou Anchieta
Nem venho de Assis.
Deixa-te de histórias
Some-te daqui!

Vinicius de Moraes 

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Ode às Quartas-Feiras

  Mário de Andrade escreveu que tinha "horror às grandes ocasiões" e, por isso, preferia as quartas-feiras. Penso que concordo com ele. A beleza e a simplicidade das pequenas ocasiões me encantam. O nascer do sol, as pequenas chuvas, os pássaros voando, tudo que nos lembra que a vida continua, mesmo apesar dos problemas, das tragédias e das grandes ocasiões. A quarta-feira, por ser no meio da semana, é o dia menos propenso a grandes acontecimentos. Se estes tiverem que acontecer, acontecerão nas segundas, nas sextas, nos fins de semana, não nas quartas-feiras.
  A quarta-feira é a maior maravilha da semana, por nos lembrar que, apesar de tudo, a normalidade continua.

domingo, 21 de agosto de 2011

Numeral Indefinido

Um dia
Uma garota
Um coração
Um pouco partido
Um garoto
Um tanto machucado
Uma vida
Um pouco injusta

Um encontro
Uma troca de olhares
Uma chama
Um tanto repentina
Um muito inesperada
Umas palavras
Um beijo
Uma noite

Um amor
Uma vida juntos
Um pouco
Uma  beleza
Uma perfeição
Uma fantasia?

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Frustração Poética

Era uma vez
Um escritor
Que se meteu
A ser poeta
Suas tentativas
Usualmente
Frustradas
Só eram
Bem-sucedidas
Quando tomado
Por tristeza
Desespero
Dor desânimo

Mas às vezes
Tão grande era
A frustração
E a fundura
Do abismo
Que a inspiração
Simplesmente
Desaparecia
Esmorecia
E junto com ela
Ia o poeta

Triste poeta
Sem inspiração
Sem palavras
Sem sentimentos
Sem poesia

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Nove Décadas Antropofágicas

Oswaldiana antropofagia
Assusta
Escandaliza
Inquieta
Incomoda

Devorar uns aos outros
Até que ponto
Faz-se necessário
Ainda hoje

Devorar a arte
Fazer de brasis
Brasil
Transformar em um
Vários povos

Admirável iniciativa
Espantosa coragem
Que traz um jovem
À tentativa
De unir vários
Territórios
E construir
Um país

Para tanto
Criticado
Execrado
Vaiado

Desafiava
Em dez décadas
De meu biscoito fino
A massa comerá

Sua previsão
Não ainda se concretizou
Mais uma
Depois de nove
Para que construtores
De teiados
Se deliciem
Com sua
Delicada
Gastronomia

Com seus companheiros
Tarsila Mario Bandeira
Engolindo academias
Rompendo críticas
Explodindo precipitados conceitos

Que sua antropofagia
Continue
Por décadas
Nos inspirando
A buscar
A unidade
E a engolir
Estrangeiros
E criar um povo
Brasileiro

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Fontes do Direito

Como tudo, o Direito também tem uma origem, uma fonte. O que são as fontes do Direito? Existem dois tipos de fontes do Direito: as materiais e as formais. As fontes materiais são aquelas consideradas indiretas, são todos os elementos sociais, políticos, econômicos, morais, religiosos, biológicos, geográficos nos quais o Direito se inspira para a produção de novos direitos. Já as fontes formais são aquelas consideradas diretas, pelas quais se conhece o direito.
As fontes formais são divididas em dois grupos: as fontes estatais e as não-estatais. As fontes estatais são divididas, também, em duas: a Lei e a Jurisprudência. Já as não-estatais, por sua vez, são em número de três: os costumes, as doutrinas e o poder negocial.
Comecemos analisando as fontes não-estatais. Por que os costumes podem ser considerados como fontes do Direito? Porque as leis não são nada mais do que fatos valorados e normatizados. Ou seja, costumes a que se aplicam sanções. Já as doutrinas podem ser consideradas fontes do Direito porque nos ajudam a interpretar as leis e nos explicam sobre assuntos que as leis não deixam claro.        E o poder negocial é o que ajuda a decidir em casos cíveis, onde a lei pode ser omissa e há um interesse entre as partes de negociar uma decisão.
Entre as fontes estatais, comecemos pela jurisprudência, que versa, também, sobre temas em que não há clareza da lei. O conceito de jurisprudência é: “conjunto de decisões sobre um determinado tema nas esferas mais altas do judiciário”. No caso do Brasil, os tribunais superiores e o Supremo Tribunal Federal.
E, finalmente, temos as leis. Leis, no Brasil, são as normas constitucionais. Existem 7 tipos de leis no Brasil: a Emenda à Constituição (altera, aumenta, complementa a Constituição – apresentado por meio de Proposta de Emenda Constitucional, de iniciativa do Presidente, de 1/3 da Câmara ou do Senado e mais da metade das Assembleias Legislativas do país – necessário duas votações em cada casa, com maioria de 3/5 para sua aprovação), as Leis Complementares e Ordinárias (disciplinam os assuntos mais diversos possível – para aprovação de Lei Complementar, é necessário maioria absoluta, ao passo que, para Lei Ordinária, maioria simples – outra diferença entre Lei Complementar e Lei Ordinária é que Leis Complementares disciplinam sobre assuntos expressamente previstos na Constituição), a Medida Provisória (norma produzida pelo Presidente que, uma vez editada, produz efeito imediato, devendo o Congresso analisá-la posteriormente para sua validade), a Lei Delegada (norma pela qual se atribui o poder de apresentar um projeto de lei a uma entidade que não tem poder para tanto), Decretos Legislativos e Resoluções (têm a mesma essência, sendo que Decretos Legislativos disciplinam sobre assuntos externos ao Legislativo e Resoluções sobre assuntos internos). Além disso, existe um processo para a produção das leis no país, e todas as leis têm de seguir essa ordem:
1. Iniciativa – pode ser pública, por parte do Executivo, do Legislativo, ou do Judiciário.
2. Discussão – Nas comissões do Legislativo.
3. Deliberação – No plenário das casas legislativas.
4. Aprovação – Pelos deputados; depende do tipo de lei.
5. Promulgação – Depende do Presidente, que pode vetar ou não o projeto; em caso de veto presidencial, esse veto será analisado pelo Congresso, que poderá derrubá-lo.
6. Publicação – Aprovada a lei, deverá ser publicada no Diário Oficial, a partir de quando terá efeito.

"Pureza Jurídica"

O Positivismo Jurídico é uma corrente científica do Direito que prega que o Direito seja uma ciência “pura”, ou seja, que não sofra influência de outras disciplinas. Dessa forma, os fatos jurídicos seriam apenas jurídicos, e não mais sociológicos, históricos, econômicos, entre outros.
O principal expoente dessa corrente de pensamento foi Hans Kelsen, autor de “A Teoria Pura do Direito”, que defendia que o Direito deveria deixar de estudar os fatos, que deveriam ser estudados apenas pelas ciências descritivas, e deixar de estudar os valores, que devem ser estudados pelas ciências axiológicas. Dessa forma, o único conceito que poderia interferir na Ciência do Direito seria a LEI, que geraria uma obrigação para o ser humano. Essa obrigação geraria uma relação de causa e efeito: se o homem não cumprir a norma, deverá sofrer uma sanção, a ser definida pela lei.
Kelsen construiu, também, outros dois conceitos importantes para o Positivismo Jurídico: o de Estática Jurídica e o de Dinâmica Jurídica. Estática Jurídica é o que demonstra as normas estagiadas em uma pirâmide normativa, sendo umas maiores que as outras. Já a Dinâmica Jurídica apresenta as normas interagindo entre si, tendo duas regras principais: primeiro, as normas inferiores buscam seu fundamento nas normas superiores (fundamento de validade – uma lei, por exemplo, não pode contrariar a Constituição) e, segundo, sempre que a norma superior for modificada, todas as normas inferiores a acompanham.
Resumindo, a Estática Jurídica tem o condão de apresentar os elementos dos quais o direito é composto, ao passo que a Dinâmica Jurídica revela a interação das normas entre si, na busca de tornar o direito coerente, dado sua unicidade e integração. 

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Filosofia Cristã

Quando Alexandre atingiu o auge de seu império, começou-se a imaginar que o mundo poderia ser “um”, ou seja, poderia estar todo sob o comando de UM imperador. Esse conceito é o que possibilita a criação de uma religião universal, no caso, o cristianismo.
Constantino declara o cristianismo a religião oficial do Império Romano. Quando os bárbaros invadem Roma, o cristianismo sobrevive e se institucionaliza, tornando-se símbolo de poder. A partir de então, as principais obras filosóficas passam a discuti-lo.
Santo Agostinho, principal expoente da Patrística (conjunto de textos escritos pelos primeiros padres –pais- da Igreja) utiliza-se da filosofia de Platão para explicar o cristianismo. Ele recorre ao dualismo platônico para explicar os dois mundos existentes: a “Cidade de Deus” e a “Cidade dos Homens”, sendo aquela superior a esta.
Semelhantemente, Agostinho também recorre ao dualismo platônico para defender a ideia de que a alma é superior ao corpo (Platão defendia que o mundo das ideias é superior ao mundo real). Segundo Agostinho, a alma teria sido criada para que o homem pudesse ser governado por Deus. O homem pecador, entretanto, utilizar-se-ia do livre-arbítrio para inverter essa lógica. O pecado, longe de ser natural, originar-se-ia da vontade humana. Para Agostinho, essa seria a personificação da submissão do eterno ao transitório.
Ainda conforme as ideias agostinianas, a salvação viria apenas pela graça divina, unida às boas obras praticadas pelos homens, sendo que, essencial seria a primeira, sem a qual a segunda não existiria. O filósofo natural de Hipona também afirmava que a fé teria precedência sobre a razão, porque aquela revela verdades ao homem de forma direta e intuitiva, para, posteriormente, a razão esclarecer aquilo que a fé antecipou.
Outro importante filósofo católico é São Tomás de Aquino, principal expoente da Escolástica (produção filosófico-teológica proveniente das escolas criadas por Carlos Magno no Renascimento Carolíngio), que se utiliza da filosofia aristotélica para explicar o cristianismo.
Retomando as ideias de Aristóteles, o monge dominicano Tomás de Aquino enfatizou a importância da realidade sensorial, ressaltando uma série de princípios considerados básicos. Primeiramente, o princípio da não-contradição, segundo o qual o ser é OU não é (nada pode SER algo e, ao mesmo tempo, NÃO sê-lo).
Também ressaltou o princípio da substância, que afirmava que podemos, nos seres, distinguir a substância (a essência, aquilo que sem o qual o ser não existe) e o acidente (qualidade acessória do ser), o princípio da causa eficiente (todos os seres que captamos são seres contigentes, não possuindo a causa eficiente de sua existência, dependendo de um ser necessário), o princípio da finalidade (todo ser tem uma finalidade, uma CAUSA FINAL) e o princípio do ato e da potência (o ato é o que o ser é hoje, ao passo que a potência é aquilo que ele pode ser).
Dessa forma, a filosofia tomista propõe cinco provas da existência divina:
1.                          O primeiro motor – Tudo aquilo que se move necessita ser movido por outro ser. E esse ser precisa de outro ser movente, e assim sucessivamente. Dessa forma, se não houvesse um primeiro ser movente, cairíamos num processo indefinido; esse primeiro ser é Deus. (Deus é o que faz o mundo se mover)
2.                          A causa eficiente – Todas as coisas existentes no mundo devem ser consideradas efeito de alguma coisa. Tomás de Aquino afirma ser impossível remontar indefinidamente à procura das causas eficientes. Logo, é necessária a existência de uma causa primeira: Deus (Deus é o agente).
3.                          Ser necessário e ser contingente – Variante do segundo, afirma que todo ser contingente, do mesmo modo que existe, pode deixar de existir. Se tudo pode deixar de existir, então, alguma vez, nada existiu. Mas, se assim fosse, ainda hoje, nada existiria, pois aquilo que não existe começa apenas a partir de algo que já existia. Logo, faz-se necessário admitir a eterna existência de algo, um algo NECESSÁRIO. Esse ser necessário seria Deus (Nós podemos deixar de existir; Deus, não).
4.                          Os graus de perfeição – Afirmamos, sempre, que alguma coisa é “mais” ou “menos” do que outra. Ora, se uma coisa possui “mais” ou “menos” determinada qualidade, supõe-se, então, que deva existir um ser com o máximo dessa qualidade, no nível da perfeição. Devemos admitir, então, que existe um ser com o máximo de bondade, beleza, poder e verdade, sendo, portanto, um ser máximo e pleno: Deus (existe apenas um ser perfeito: Deus).
5.                          A finalidade do ser – Todas as coisas cumprem uma função, uma finalidade. Dessa forma, devemos admitir que existe um ser inteligente dirigindo a natureza e tudo o que acontece. Esse ser é Deus (Deus é a causa final de tudo).
        
Por essas realizações São Tomás de Aquino foi proclamado como o Doutor Angélico e como o Doutor por Excelência, sendo, até hoje, reverenciado por vários filósofos.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Espera e Esperança

E passam os dias
E passam os minutos
E eu continuo
Esperando
O mínimo sinal
De tua presença
E a ansiedade
Aumenta
E eu penso
Na terrível
Crueldade da
Espera

Quero te ver
Ver teu sorriso
Ver teu rosto

Quero ouvir
Tua doce voz
Sentir
A maciez de
Teus cabelos
E a suavidade de
Tua pele

Tempo
Dê-me
Ao menos
Uma chance
E alivie
A dor da
Espera

Espera
Lembra
Esperança
E essa
Esperança
De te ver
De te re-encontrar
E de te sentir
Novamente
É o que me faz
Continuar
Vivendo

Espero
Nunca perder
Essa tal de
Esperança
Que me leva
E me conduz
Ao futuro
Ao ponto em que
Te encontro

sábado, 28 de maio de 2011

Desabafo

Aqueles dias
Em que nos sentimos
Menos
Do que o
Lixo que enche
Nossas mentes

Solidão solidão
Que cada vez
Mais
Preenche
O vazio
Que alguém
Deixou

Por que
Você tinha
Que deixar
Meu coração
Desse jeito?

Com toda a força
Uma onda arrastou
Toda a alegria
Todo o prazer
Que eu tinha na vida
E levou para longe
Bem longe
Para um lugar
Onde meus braços
Não alcançam
E nunca
Vão alcançar

Por quê?

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O Caso dos Exploradores de Caverna

Resposta minha à seguinte questão referente ao livro "O Caso dos Exploradores de Caverna", de Lon L. Fuller:
2. Qual magistrado se alia ao pensamento positivista, conforme implicitamente se denota do texto? Correlacione a argumentação do juiz a, pelo menos, 02 (dois) pontos relevantes da obra de Hans Kelsen, explicitando em que medida se aproximam a teoria do autor e a decisão posta em tela. (Objetivo: Discutir o pensamento de Kelsen de acordo com as afirmações feitas pelo juiz selecionado). Enumere os argumentos.

"Hans Kelsen é o principal expoente da teoria do Positivismo Jurídico (escola de pensamento jurídico que acreditava ser o Direito apenas aquilo que é posto pelo Estado) e o magistrado que se adequa ao pensamento de Hans Kelsen e, consequentemente, ao pensamento positivista é o magistrado Keen. O primeiro argumento do magistrado que se aproxima da obra do autor é a passagem em que ele diz que jurou considerar não suas “concepções de moralidade, mas o direito deste país”, conforme Kelsen, que pensava que a Ciência do Direito não deveria analisar valores, e, sim, o direito “puro e simples”. O segundo argumento de Keen que se alinha ao pensamento positivista é aquele em que o magistrado afirma que a obrigação de seu cargo é “interpretar e aplicar a lei deste país” sem se deixar levar por seus pensamentos ou paixões; em outras palavras, Keen afirma que o único interesse do julgamento é saber se os exploradores tiraram intencionalmente a vida de Whetmore. Em caso afirmativo, conforme concessão do magistrado, não existe nenhuma dificuldade no presente caso."

domingo, 8 de maio de 2011

Mãe

Sem clichês
Como
Desejar
Um feliz dia
Para aquela
Que me gerou
Que me amou
Incondicionalmente?

Creio
Serem preciso
Poucas palavras
Para definir com
Exatidão tudo o que
Eu sinto por você

Uma frase seria
Mais do que
Suficiente para
Expressar
Exatamente
O que meu
Coração sente
O que se passa
Pela minha cabeça
Quando penso em você

E tudo o que eu
Quero dizer
É:
"Mãe, te amo!"

domingo, 27 de março de 2011

Noite de Amor e Solidão





















"A lua e o  poeta,    
Uma história de amor completa, 
Com começo, meio e fim"
Danni Distler
Uma noite
Love was in the air
Mas a solidão
Me acompanhava
Me torturava
Me atormentava

E eu simplesmente
Sonhava
Com a companhia
Perfeita

E eu continuava
Amando
Alguém
Que não estava
E que nunca
Estaria ali

E tudo o que eu queria
Era ter ao meu lado
Alguém

Mas ali apenas
A lua parecia
Se importar
Com meus 
Sentimentos

A lua cheia
Olhava 
Para mim
E dizia
Palavras de consolo

E eu pensava
Na vida
E dizia 
Para a lua
Vir até mim
E ocupar 
Aquele lugar
Vazio

Mas o abismo
Não deixava

Da mesma forma
Que você
Não pode
Vir até mim
Por causa 
Desse enorme
Abismo
Entre nós

sábado, 12 de março de 2011

Sentimento Gauche

Então isso é a vida?

Permaneço postado
Em frente a tudo
O que já passei
E me pergunto
Se tanta labuta
Se tanto sacrifício
Se tudo o que já passamos
Foi em vão

Posto-me
Em frente
Ao passado
E tento
Utilizá-lo
A fim de tentar
Visualizar o futuro

E tudo o que
Consigo enxergar
É esse
Sentimento Gauche
Que sempre determinou
Minha existência

E esse
Sentimento Gauche
Que norteia minha vida
Determina
Meu destino
De uma forma
Ao mesmo tempo
Esperançosa e temerosa

Temo pelo meu futuro
Quais são as possibilidades
Que um Gauche inveterado
Tem para sua vida?

Poucas
Mas se a alternativa
É me conformar
Prefiro continuar
Sendo torto
Estranho
Esquerdo
A ser sempre o mesmo!

Prefiro continuar
Eternamente
Com o mesmo
Sentimento Gauche!

terça-feira, 8 de março de 2011

Penso

Penso, logo existo. Segundo a teoria de Renè Descartes, se um ser pensa, quer dizer que ele existe. Ora, uma cadeira não pensa, portanto, ela não existe. Mas todos nós estamos vendo a cadeira. Se a vemos, é porque ela existe, entretanto, uma cadeira, obviamente, não pensa. Mas ela existe. Seria isso uma falha da teoria de Descartes?
De forma alguma. A frase de Descartes se aplica unicamente à raça humana, que é a única espécie capaz de efetuar pensamentos que não dependam de instintos. Se uma espécie ou um tipo de objetos não tem a capacidade de pensar, as condições para a sua existência passam a ser outras. Quais seriam essas condições, então?
Um animal existe se as suas funções vitais estão em perfeito funcionamento. Uma mesa existe se ela atende as características de uma mesa, por exemplo: se ela tem pernas, fica parada e serve de sustentação para alguma coisa, logo ela existe como mesa. Se ela não cumpre essas funções, ela pode até existir, mas não como mesa.
E é assim conosco, seres humanos. Nós existimos como Homens porque pensamos. Exemplificando, um homem que se encontra em estado de coma existe, mas não como um ser humano perfeito, visto que ele não cumpre o seu papel, que é pensar. Daí vem o termo “estado vegetativo”, do fato de ele se parecer mais com um vegetal do que com um ser humano propriamente dito.
Outra aplicação da frase de Descartes é a função social do ser humano. Se um homem não tem pensamento crítico e não se esforça para mudar sua condição, ele até existe, porém mais como animal e menos como ser humano, por não fazer o que se espera de um ser capaz de analisar e de viver em sociedade. Logo, a frase de Descartes deveria ser: “penso, logo sou humano”.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Um Beijo

Naquele momento
Não queria pensar
Em mais nada
Tudo era você
Tudo era pra você

Contudo
Era impossível
Evitar o
Turbilhão de ideias
Que atropelava
Meu raciocínio

Sua beleza
Seu sorriso
Seu cabelo
As pessoas
Nada importava
Tudo importava

Meu desejo
Que o tempo
Não passasse
Ficar ali
Para sempre
Só eu e você.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Segurança














"Is it safe to land?"
(Jars of Clay)
Em terra
A dificuldade
Da sustentação
Da situação
Que passo
Me deixa
Cada vez mais
Com vontade
De voar
Para longe
Bem longe

De casa
Da cidade
Do país
Do mundo
Da vida
De tudo

Ignoro tudo
À minha volta
E saio voando
Quero
Liberdade!

No ar
Cansado da solidão
Preciso de alguém
Busco uma saída
Procuro por um
Alguém
Que seja
Especial
Diferente

No ar
Não existe
Ninguém

Preciso voltar
Me diga
É seguro?
É seguro aterrissar?

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Autopsicografia

"O poeta é um fingidor"
(Fernando Pessoa)

Quem é o poeta?
Um mentiroso
Enganador
Sofredor

Será que sempre
Que o poeta
Faz suas
Poetadas
A sinceridade
É a marca maior
De seu trabalho?

Ou talvez
O poeta
Esteja
Apenas
Procurando
A melhor
Forma de
Passar
Tudo o que
Ele quer
Dizer
Mas
Nunca
Consegue

Por que o poeta
Tem que escrever
O que sente?

Lembra, beneditino,
Que poesia
Nem sempre
É verdade

Lembra, ator,
Que poesia
É sentimento, sim,
Mas que nem todos
Precisam s(t)er
Sentidos

Lembra, revolucionário,
Que poesia
Sempre vai
Ser ritmo

Lembra, acadêmico,
Que lirismo
Deve ser
Libertação

E a poesia
Deusa dos sofredores
Esposa do amor
Pai dos infelizes
Trabalha
Com seu cônjuge
Para que soframos

Se me odeias
Por que te amo?

A sinceridade
Fez parte
Das linhas
Escritas
Aqui?

O que o
Poeta
Sente?

Pensa?

Escreve?

Diz?

É verdade?

SIM!
NÃO!

E agora?

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Desilusão

  Por tanto tempo esperei, e agora encontrei. O sorriso perfeito, os olhos perfeitos, o cabelo perfeito, o corpo perfeito, a pessoa perfeita. Apaixonei-me assim que a vi.
  Seu sorriso ficará para sempre guardado em minha memória. Cativante, puro, doce. Era impossível olhar para seu sorriso e ficar sem sorrir. Ela era do tipo que conseguia transmitir qualquer tipo de emoção à hora que quisesse.
  Seus olhos eram os olhos mais lindos que a Terra jamais viu. Olhos de um azul tão doce, tão lindo, tão puro. Aqueles olhos eram o espelho de sua alma. 
  Falando da alma, poucas coisas são tão belas como sua alma. Eu ficava maravilhado. Ela tinha um quê de insegurança, de medo, de tristeza que a tornavam frágil e indefesa, e me faziam querer protegê-la de tudo.   Entretanto, a característica mais marcante de sua alma era a bondade que aqueles olhos tanto irradiavam; como ela era uma pessoa boa. Era capaz de ficar sem comer se visse alguém passando fome na rua. Admirável.
  Seu cabelo quase merece uma ode só para ele. Cabelos castanho-claros, ondulado, quase cacheado. Caíam por seus ombros quase como a mais bela cascata do planeta. Passava horas admirando a perfeição daquele cabelo.
  Tinha tudo para ser minha senhora. Estava perdidamente apaixonado por aquela beleza da criação. Os dias passavam e nada mais tinha graça na minha vida. Tudo se resumia a ela. Passava dias e noites pensando em formas de fazer com que ela sentisse o mesmo por mim.
  Um certo dia, resolvi ir até ela e dizer o que eu sentia. Passei todo o caminho pensando nas palavras que poderiam ser ditas para demonstrar meu amor por ela. Que eu queria passar toda a minha vida com ela, que nada mais importava na minha vida. 
  Lá chegando, tive a mais desagradável das surpresas. Minha musa, a mulher que eu tanto idealizei, que eu tanto amei, por quem tanto chorei. 
  Chorei dias e dias com o que vi naquele lugar. Não tinha forças para continuar a vida, mas eu precisava me levantar. Como fazer isso? Não conseguia mais viver.
  Alguns dias depois, cheguei à conclusão de que isso, de alguma forma, tinha que acabar. Tomei minha decisão. Fiz o impensável. E cheguei até aqui.
  O que eu fiz não foi certo, mas aquilo precisava parar. Eu estava morrendo a cada dia. Simplesmente resolvi morrer de uma vez.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Súplica a Cupido

Noites e noites em claro
A pena como único amor

Amor?
Cruel deus dos desgraçados
Pai de um Cupido
Amargo e raivoso

Ó, Cupido,
Por que tantas
Travessuras
Fazes comigo?
Que mal te fiz
Para que agisses
De tal forma?

Tanto demorastes
Para flechar
Este dolorido
Coração

E agora,
Esqueces-te
De flechar
Aquela
Por quem
Tua flecha
Me cegou

Por que Amor?
Não treinastes
Teu filho na arte
De fazer pessoas
Amarem?

Ó entidades
Submissas ao Amor
Escutem meu choro
Sintam meu sofrer
Compadecei-vos
Deste pobre coitado

Ó Cupido
Flecha aquela
Por quem me
Apaixonastes

Ó bela donzela
Atenta à flecha
Do maroto
E olhe em meus olhos
Quando sentires
O fatal golpe
Da arma do
Filho do Amor

Rogo-vos

Cessai a
Minha dor.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Devaneio

"Estranho seria se eu não 
Me apaixonasse por você"
(Nando Reis)

Por que me apaixonar por você?
Por que não me apaixonar por você?

Se tua beleza
Se tua doçura
Se você

É tão linda
Tão intensa
Tão doce

Como não me apaixonar?
Como não sofrer?

Se ao menos por um dia
Pudesse tê-la
Se ao menos uma vez
Pudesse sonhar

Você em meus braços 
Parece um sonho tão distante
Teus lábios tocando os meus
Parece um devaneio impossível

Se tudo se resume a você
Se meus pensamentos
Se minhas palavras
Se tudo

Não te esquece?
Como eu?

Mas eu sei que 
É impossível

Eu sofro por não te ter
E sofro por te amar

Mas te amar é tão
Bom e 
Você é tão
Tudo

Mas eu sei que 
É impossível

E tudo o que 
Há para fazer é
Sonhar

E esperar
Que um dia
Algo acabe

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Soberania

  Um assunto que eu tentei evitar o máximo possível. Não queria escrever mais sobre assuntos envolvidos à política neste blog, ainda mais sobre ESTE assunto, mas acho que a situação chegou num ponto insustentável. O que fazer com Cesare Battisti?
  Na década de 70, Battisti foi acusado de 4 assassinatos por um grupo de delatores de seu bando. Se ele não cometeu os assassinatos, participou, pelo menos, de seu planejamento, e isso faz com que ele seja co-autor dos crimes. Entretanto, como não acompanhamos o caso na época, não temos como afirmar nada disso. Temos que aceitar que a condenação dele seja "justa" (afinal de contas, a Itália é um país independente e suas decisões devem ser consideradas SOBERANAS). 
  Considerando que seja uma condenação "justa", passemos a analisar a parte que envolve o Brasil. Battisti, condenado na Itália, fugiu para a França, onde obteve asilo por um certo tempo. Tendo sua prisão decretada na França, veio para o Brasil, onde foi preso em 2007 e, desde então, tem vivido uma grande indecisão sobre seu futuro. Battisti deve ser extraditado ou não?
  Apesar de este ser um blog de opinião, a opinião do autor não vai contar neste artigo. Busquemos uma análise fria, técnica e despida de ideologias e paixões.
  Em 2007, o então Ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu asilo ao terrorista italiano Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua em sua terra natal por 4 assassinatos que ele diz não ter cometido. Desde então, muito se falou sobre o destino final de Battisti. 
  O caso foi para o Supremo Tribunal Federal, que chegou à conclusão de que o Chefe de Estado do país deveria tomar a decisão; entretanto, a Suprema Corte Brasileira recomendou que o Presidente extraditasse Battisti.
  Então, foi elaborado um parecer pela Advocacia Geral da União, recomendando ao Presidente que negasse a extradição. O Presidente seguiu o parecer da AGU e concedeu asilo ao terrorista italiano, causando revolta entre os italianos.
  Mas a história não acabou. O STF tem que julgar se a opinião do Presidente é válida. Funciona como a Câmara, quando esta vota um veto do Presidente da República a um determinado projeto. E isso vai demorar um certo tempo pra acontecer.
  Agora, cheguemos ao ponto que os leitores esperavam: Battisti deve, ou não, ser extraditado? Por quê?
 Em 2007, mesmo ano da prisão de Battisti, houve o Pan Americano do Rio de Janeiro, onde alguns pugilistas cubanos desertaram de sua delegação e ficaram no Brasil para fugir da ditadura castrista. O governo cubano pediu a extradição dos pugilistas; e o que o governo brasileiro fez? Extraditou-os no mesmo instante. Qual era seu crime? Querer liberdade.
  Battisti é um criminoso condenado. O governo brasileiro concede asilo a ele por motivações ideológicas. Se Battisti fosse um direitista "oprimido" por um governo de Esquerda, qual seria a reação do governo brasileiro? Battisti pode ser perseguido na Itália? Talvez. Mas a democracia e a soberania italianas devem ser respeitadas. 

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Padrão?

  Como deve ser uma garota? Existe algum padrão definido? Não.
  Mas uma garota deve ser bonita. Como diria Vinícius de Moraes: "As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental". Isso não faz com que sejamos fúteis; se amamos, amamos por inteiro: o interior e o exterior.
  Uma garota deve ser inteligente. Não adianta nada ser linda e não ter nenhuma cultura. É absurdo pensar em uma garota que não seja inteligente. Não quero apenas uma embalagem bonita. Quero conteúdo.
  Uma garota deve ser razoalmente parecida comigo. Seria estranho estar com uma garota cujos gostos são completamente diferentes dos meus, que gosta de outras músicas, outros filmes e que converse sobre outros assuntos.
  Uma garota deve ser pura. Aliás, todos os seres humanos devem ser puros. Mas o que é pureza? Pureza é não querer mal aos outros, pureza é não pensar mal dos outros, pureza é ter um coração bom.
 Uma garota deve ser carinhosa. Todos necessitamos de carinho. Em uma relação, o carinho é completamente imprescindível.
  Mas existe algum padrão definido pra como deve ser uma garota? Não. Então...