Vivemos
uma cópia malfeita do Arcadismo do século XVIII, aonde o objetivo
era ser comum, mediano, equilibrado. Eles queriam apenas o suficiente
para viver. Não queriam mais nem menos. O que dominava era a
filosofia da aurea mediocritas. Hoje voltamos a isso.
Hoje é proibido ser feliz. Mas
também é proibido ser triste. Vivemos uma vida medíocre. Quem se
diz feliz é acusado de alienado. Quem se diz triste é logo
diagnosticado como doente de depressão.
Da mesma forma, é proibido ser
rico e é proibido ser pobre. Os pobres são tachados, pelo próprio
governo, de incapazes. São tão incapazes que recebem ajuda para
viver. Já os ricos e os que querem ser ricos são chamados de
ladrões e ambiciosos.
Vivemos num mundo triste,
medíocre. Não podemos ter as coisas que queremos. Não podemos
amar, não podemos ser amados. Quando assumimos um compromisso, somos
chamados de retrógrados. Quando não assumimos e “curtimos a
vida”, somos chamados de irresponsáveis.
Eu quero viver a minha vida em
paz. Quero poder ser rico ou pobre sem ninguém apontando o dedo para
mim. Quero poder ficar triste ou feliz em paz. Quero poder namorar ou
“curtir a vida” sem que as pessoas me acusem ou falem de mim. Eu
só quero viver.
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